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Você tem pedras ou portas no seu caminho? O rio das perdas.

  • Foto do escritor: Gustavo Asth
    Gustavo Asth
  • 2 de ago. de 2022
  • 3 min de leitura


Hoje pela manhã li um texto de Lya Luft sobre um grupo de psicólogos que trabalha num grande hospital e lhe solicitou uma palestra sobre perdas: O rio das perdas.


Um hospital é um local para pessoas que estão cuidando de alguma doença. Local onde se busca cuidar ou trazer de volta a VIDA.


Mais do que o texto em si, o título ficou ressoando em minha cabeça: “O rio das perdas”. E um trocadilho com a palavra perdas, ressoava também: pedras...pedras e perdas, perdas e pedras.


Lembrei do poema sobre a pedra no caminho de Drumond: “no meio do caminho havia uma pedra. Havia uma pedra no meio do caminho da VIDA”. Passei um tempo refletindo sobre perdas e pedras. E me lembrei da paráfrase de Castro: “Uma porta no meio do caminho”: no meio do caminho tinha uma porta... e o trecho onde ele cita Içami Tiba: “Para a vida, as portas não são obstáculos, mas diferentes passagens. (…)


Mas a vida também pode ser dura e severa. Se você não ultrapassar a porta, terá sempre a mesma porta pela frente. É a repetição perante a criação, é a monotonia monocromática perante a multiplicidade das cores, é a estagnação da vida."


Passagens, rios... lembram correntezas. Pedras que são levadas pelas correntezas das águas.


Na vida, enquanto vamos vivendo ocorrem muitos fatos que empedram as emoções. Essas pedras, obstruem a livre circulação e a passagem da VIDA, o sangue que circula pelo corpo e o mantém VIVO. Tal qual no sistema circulatório, onde podem ocorrer obstruções que podem levar a um infarto do coração, na vida, essas pedras emocionais que obstruem o caminho, podem levar a diferentes infartos: o infarto das relações, o infarto da vida profissional, o infarto da felicidade, o infarto das amizades, etc.


Mas ao invés de pedras no caminho da vida, podemos buscar encontrar, enxergar e abrir as “portas no caminho”. Amigos, novos relacionamentos, novos projetos de vida, recomeços e partidas podem ser “portas no caminho”. Precisamos abrir portas no caminho da vida, quando as pedras no caminho estão obstruindo passagens.

Uma porta é apenas uma porta.


Para você entrar, você precisa encontrá-la e abri-la.


Ela poderá ser encontrada e se manter fechada, até que alguém resolva abri-la e entrar por ela.


Podemos substituir as pedras no caminho por portas no caminho?


Escutei uma frase dias atrás que me chamou muito a atenção: “Há pessoas que ficam lambendo as próprias feridas”. Sentem prazer em ficar ali se lambendo e não vão em busca de cura.


Fortes correntezas de águas podem lavar e levar as pedras do caminho. A água é símbolo de lavagem, limpeza, purificação. Na vida, há momentos em que as situações se estabelecem como verdadeiras e fortes correntezas. Correntezas que levam... correntezas que limpam... correntezas que desobstruem as pedras do caminho e limpam a área para que as águas voltem a correr desimpedidas. São águas purificadoras.


E pensando em águas purificadoras me vem à mente a imagem do choro que limpa a alma. Dizem que o remédio do luto é choro. O choro que lava a alma. E depois dele, quando ele seca, a alma sente-se lavada e a dor da perda se vai.

Rio de perdas que passa pela vida, mas que desagua morro abaixo.


Tem choros que são necessários. Como escreveu Judith Viorst em Perdas Necessárias: Há perdas que são necessárias. Para crescer é necessário perder... deixar ir certas coisas, comportamentos e sentimentos.

Mudar!


Trocar perdas e pedras por portas no caminho.

Abrir portas e entrar por elas.

Portas... e portais... que levem renovadamente de volta para o fluxo da VIDA.


Referências:

CASTRO, C. P. Uma porta no meio do caminho.

LUFT, L. O rio das perdas. In: https://www.cultcarioca.com.br/2012/10/lya-luft-o-rio-das-perdas.html Acesso e, 10 julh 2022


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