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Nem sempre vai ser assim.

  • Foto do escritor: Gustavo Asth
    Gustavo Asth
  • 2 de ago. de 2022
  • 3 min de leitura


Hoje foi um dia de trabalho intenso. Depois do trabalho, o merecido descanso. Um passeio pela livraria, e agora o momento da escrita. Escrever também me descansa. Escrever me deixa mais leve,. Porque as vezes as palavras que estão dentro de mim são como um filho que pede para ser parido.


Aprendi muito com alunos e pessoas participantes de uma roda de conversa em uma supervisão de estágios em Psicologia Comunitária hoje, e escrevo este texto como um 'aprendizado" que deixo aos meus filhos. O aluno que dirigiu a roda narrou a seguinte história, que lhe foi contada anos atrás por um amigo:


"Em uma propriedade rural, uma família muito bem sucedida em suas plantações e comercializações, foi de repente surpreendida por um furacão que passou e devastou a plantação sobre a qual eles se implicaram dias, desde a escolha das sementes, e depois o plantio, e na qual se detiveram gastando um bom tempo cuidando.


Empobrecidos, o pai diante do filho olha para ele e diz:"Meu filho, nem sempre vai ser assim! Sigamos..."


Tudo passou e quando veio o tempo certo, novamente eles começaram todo o trabalho de escolha das sementes, o preparo da terra, a semeadura e todo o cuidado da plantação.


Desta vez tudo ajudou, e eles tiveram uma enorme fartura na colheita.

Pai e filho estavam juntos conversando novamente, e celebrando aquela grande benção. O pai olha para o filho profundamente e lhe diz: "Meu filho, preciso lhe dizer uma coisa, é importante que você aprenda e saiba: - Nem sempre vai ser assim!"


Uma mulher já idosa, certa vez se expressou: "- Minha mãe sempre dizia: minha filha, todo mal tem um início, e também tem um fim".


Dá esperança lembrar dessas duas histórias.


Faz refletir que na vida há coisas sobre as quais não temos controle, e nos afetam, há outras porém, sobre as quais temos algum controle e podemos/precisamos agir.





É bom saber, que histórias são palavras (metáforas) que podem iluminar a forma de viver.


Certa vez eu comentava com uma pessoa: "Quando a vida não nos dá o privilégio de trazermos de berço os recursos que necessitamos para construir a vida que queremos, é preciso empenhar-mo-nos em consegui-los ou construí-los. Quando não obtemos na infância os recursos necessários que precisamos para realizarmos com alguma lucidez as escolhas necessárias de serem feitas durante a vida para que alcancemos minimamente uma vida que valha a pena ser vivida, é preciso correr atrás deles, afinal, como dizia Freire citado por Guzzo (2005), "há uma vocação ontológica para o Homem, enquanto sujeito que opera e transforma o mundo". E o primeiro mundo sobre o qual cada pessoa pode começar a operar para transformar, é o seu próprio. Nós mesmos, somos um dos instrumentos disponíveis para a transformação que desejamos no nosso mundo. Escreveu Eliane Brum: "Nossa vida é a nossa primeira ficção". Eu diria: nossa vida é a nossa primeira Obra CONCRETA.





"Nem sempre vai ser assim." Mas ninguém sabe, como o futuro será. O que é certo, é que como disse alguém um dia: "todo mal tem um início, e também tem um fim".

Mas se o que é mal passa. O que é bom também. Ninguém consegue prender o tempo. O que ficam são as memórias. E como disse Brum (2014) referindo-se às sua: "Esta é minha memória. Dela eu sou aquela que nasce, mas também sou a parteira." Não somos fantoches ou múmias atadas. Somos seres humanos dotados de capacidade (ao menos algumas) de ação e intervenção sobre a vida, a nossa e as dos outros, desde as memórias que construímos, alimentamos e como as narramos, até as ações que fazemos ou deixamos de realizar.

Simone de Beauvoir foi citada por Frain (2013): "O mundo real é uma verdadeira bagunça. É minha vida, e a vivi como quis vivê-la..." O tempo passa... não pede licença... mas cada pessoa pode escolher (ao menos em certa medida), como vai diante da vida se posicionar.

O futuro, está ligado ao presente

de muitas e diferentes formas.

"Nem sempre vai ser assim!"


REFERÊNCIAS:

BRUM, Eliane. Meus desacontecimentos. SP: Leya, 2014.

GUZZO, Raquel S. L. Escola amordaçada: compromisso do psicólogo com este contexto. In: MARTINEZ, A.M. Psicologia Escolar e Compromisso Social: novos discursos, novas práticas. Campinas, SP: Alínea, 2005.


Imagens coletadas na internet, disponíveis em:

http://questaodecoaching.com.br/tag/mudanca/

http://www.ideiademarketing.com.br/2012/11/01/medo-das-mudancas-os-desafios-do-endomarketing/

http://mdemulher.abril.com.br/casa/reportagem/reforma-construcao/saiba-como-fazer-mudanca-transtorno-613377.shtml

http://despertandodeuses.blogspot.com.br/2012/09/como-remover-o-medo-da-mudanca-pessoal.html


 
 
 

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